Novas Tecnologias como apoio ao Processo de Inclusão Escolar
Regina de Oliveira Heidrich
Lucila Costi Santarosa
Palavras-Chave: educação, informática, inclusão escola
Tecnologias Assistivas
Denominam-se Tecnologias Assistivas todos os recursos que contribuem para proporcionar vida independente aos deficientes. Abaixo citaremos alguns exemplos de Tecnologias Assistivas . Infelizmente o maior número de pesquisa e desenvolvimento de produtos nesta área encontra-se no exterior. O professor Fernando Capovilla da USP, tem pesquisado e desenvolvido vários sistemas de comunicação computadorizados específicos para pessoas que tem prejudicado a fala.
Sua equipe tem desenvolvido avançados recursos tecnológicos da ciência da computação para diagnóstico e
tratamento efetivo de distúrbios de comunicação e linguagem em quadros neurossensoriais (surdez congênita), neuromotores (paralisia cerebral e esclerose lateral amiotrófica) e neurolingüísticos (afasia e dislexia), e nas várias combinações entre elas (surdo congênito que venha a torna-se afásico, ou surdo que venha a desenvolver esclerose lateral amiotrófica, ou paralisado cerebral com dislexia do desenvolvimento).
Para crianças com paralisia cerebral, incapazes de articular fala ou de segurar um lápis para aprender a escrever, é possível ser adaptado vários sistemas de comunicação e alfabetização que podem ser operados pela criança tocando uma tela sensível ou emitindo um gemido ou movimento grosso quando itens de comunicação (figuras e fotos) estiverem sendo varridos automaticamente. Selecionando serialmente os itens, ela aprende a compor mensagens que o computador transforma em frases faladas em português com voz apropriada ao sexo e idade da criança. Isto organiza e fortalece sua fala interna, permitindo a comunicação efetiva e a aquisição de habilidades acadêmicas e sociais, vitais para assegurar seu pleno desenvolvimento e autonomia.
Tais sistemas permitem a inclusão escolar verdadeira da criança paralisada. Por meio deles a pessoa pode fazer perguntas em sala de aula, aprender a ler e escrever, compor lições de casa e redações, e adquirir competências.
Na internet, há sites que possuem versões para deficientes, como o www.amazon.com/access, uma adaptação da livraria virtual para deficientes visuais. O www.dicionariolibras.com.br é outro exemplo. Nele os deficientes auditivos, especialmente as crianças, podem aprender a linguagem de sinais, denominada Libras.
Um dos programas mais conhecidos para portadores de deficiências visuais é o DOSVOX. O software consiste de um sistema para computadores da linha PC que se comunica com o usuário através de síntese de voz. ele viabiliza o uso de computadores para o portador de necessidades visuais, que passa a ter independência no estudo e no trabalho.
O sistema, desenvolvido pelo Núcleo de Eletrônica da UFRJ, conversa com o deficiente visual em português. O DOSVOX é composto por sistema operacional, sistema de síntese de fala, formatador para braille, agenda, calculadora, preenchedor de cheques e jogos. Além de ampliar as telas para pessoas com visão reduzida, ele contém ainda programas para educação de crianças com deficiência visual e programas sonoros para
acesso à internet.
Os deficientes visuais também participam como programadores na equipe de desenvolvimento. O site do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ (http://caec.nce.ufrj.br/~dosvox) disponibiliza uma versão light do DOSVOX para Windows.
Já o DOSVOX versão Pro, pode ser obtido através do Centro de Distribuição do programa. Essa versão contém programas de uso profissional, em especial para internet. 0 Simulador de Teclado para Portadores de Paralisia Cerebral .
O Simulador de Teclado (ST) é um programa que possibilita o uso do computador a pessoas portadoras de deficiências físicas ou motoras. Desenvolvido pelo NIEE, Núcleo de Informática na Educação Especial da UFRGS, ele pode ser utilizado por qualquer pessoa (alfabetizada) que consiga movimentar alguma parte do corpo com a qual possa controlar um dispositivo chamado acionador ou uma tecla do teclado convencional. É dirigido a usuários com escassa ou nenhuma experiência anterior no uso do programa ou de outros sistemas similares com explicações que exemplificam a sua utilização. Por isso constitui-se em um meio alternativo de utilizar outros programas, como sistemas operacionais, editores de texto, bancos de dados, linguagens de programação, entre outros. Acompanha o disquete do sistema um Manual do Usuário que explica como é e como deve ser utilizado o ST, incluindo uma introdução ao sistema operacional e a um editor de texto.
O ST simula na tela do computador uma representação do teclado convencional agregando um sistema de varredura contínua, ou seja, iluminando de forma diferenciada, por um pequeno período de tempo que pode ser definido pelo usuário, cada um dos caracteres e símbolos representados na tela. A forma de controlar o
programa é esperar que a opção desejada seja iluminada para pressionar qualquer tecla do teclado convencional ou a tecla do acionador, que estará disponível dependendo da necessidade do usuário.
Tecnologia de apoio ao aluno com Paralisia cerebral
Temos um aluno com paralisia cerebral, que não fala , não caminha, e no entanto, utiliza o computador como seu caderno, está totalmente alfabetizado e participa de todas as atividades como aulas de música, canto e educação física. Comunica-se através de gestos e todos os professores estão familiarizados com a sua forma de expressão.
Ele tem ao seu lado, uma professora auxiliar que o acompanha e o ajuda na locomoção dentro e fora da sala de aula. Nas aulas de música, a professora permite que toque instrumentos, participando também, de forma peculiar, em aulas de canto. Nas aulas de educação física a professora auxiliar o ajuda a movimentar-se.
O software utilizado é o editor de textos Microsoft Word. Este o tem ajudado como uma forma fundamental de desenvolvimento de trabalho e comunicação. O computador exerce o papel de um caderno.
** Esse artigo poderá ser acessado na integra através do site:
http://www.cinted.ufrgs.br/renote/fev2003/artigos/regina_novastecnologias.pdf