Emília Ferreiro, a alfabetização e as novas tecnologias
"As primeiras tentativas já não vistas como rabiscos, mas uma espécie de escrita."
Emília Ferreiro
Emília Ferreiro
"Alfabetizar é cada vez mais uma tarefa difícil."
Como se alterou a alfabetização nos quase 30 anos desde que foi publicado seu livro Psicogênese da Língua Escrita?
Emilia Ferreiro: Uma mudança positiva é que já não se consideram as produções das crianças de 4 ou 5 anos como rabiscos, e sim como uma espécie de escrita. Também se reconhece a importância de ler em voz alta para elas desde muito cedo. Existem coisas que poderiam ter constituído avanço, mas foram muito mal compreendidas, como acreditar que os níveis de conceitualização da escrita pela criança mudam por si mesmos e que não é preciso ensinar.
As novas tecnologias trouxeram mudanças importantes?
Emilia Ferreiro: Sim, porque entram não somente na vida profissional mas também no cotidiano pessoal. Permitem ler e produzir textos e fazê-los circular de modo inédito. Hoje, ser alfabetizado é transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama de práticas sociais ligadas à escrita. Alfabetizar é cada vez mais um trabalho difícil. Em muitos casos, mudou opróprio modo de ler e escrever. O texto de e-mail, por exemplo, não tem regras definidas.
No Brasil, os adolescentes criaram todo um código para se comunicar pela internet.
Emilia Ferreiro: Isso acontece em toda parte. Pode ser um fenômeno passageiro, mas o certo é que os jovens estão fazendo com a escrita um jogo divertido. E para transgredir a escrita é preciso conhecê-la.
O uso de computador nas escolas tem sido adequado?
Emilia Ferreiro: É comum os professores não saberem muito bem o que fazer com ele. Por isso foi inventada a sala de informática, para usar num determinado horário. É uma maneira de não incluir o computador na atividade diária.
Muitas escolas têm computadores não conectados à internet. Costuma-se dizer que não servem para nada.
Emilia Ferreiro: Ao contrário, são muito úteis. A escola sempre trabalhou mal a revisão de texto e os alunos odiavam fazê-la porque num texto a mão é preciso voltar a escrever tudo. Com um processador de texto, a revisão se torna um jogo: experimenta-se suprimir ou deslocar trechos, com a possibilidade de desfazer tudo. Após as intervenções, temos na tela um texto limpo, pronto para ser impresso. A revisão é fundamental para que as crianças assumam a responsabilidade pela correção e clareza do que escrevem.
Emilia Ferreiro: Uma mudança positiva é que já não se consideram as produções das crianças de 4 ou 5 anos como rabiscos, e sim como uma espécie de escrita. Também se reconhece a importância de ler em voz alta para elas desde muito cedo. Existem coisas que poderiam ter constituído avanço, mas foram muito mal compreendidas, como acreditar que os níveis de conceitualização da escrita pela criança mudam por si mesmos e que não é preciso ensinar.
As novas tecnologias trouxeram mudanças importantes?
Emilia Ferreiro: Sim, porque entram não somente na vida profissional mas também no cotidiano pessoal. Permitem ler e produzir textos e fazê-los circular de modo inédito. Hoje, ser alfabetizado é transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama de práticas sociais ligadas à escrita. Alfabetizar é cada vez mais um trabalho difícil. Em muitos casos, mudou opróprio modo de ler e escrever. O texto de e-mail, por exemplo, não tem regras definidas.
No Brasil, os adolescentes criaram todo um código para se comunicar pela internet.
Emilia Ferreiro: Isso acontece em toda parte. Pode ser um fenômeno passageiro, mas o certo é que os jovens estão fazendo com a escrita um jogo divertido. E para transgredir a escrita é preciso conhecê-la.
O uso de computador nas escolas tem sido adequado?
Emilia Ferreiro: É comum os professores não saberem muito bem o que fazer com ele. Por isso foi inventada a sala de informática, para usar num determinado horário. É uma maneira de não incluir o computador na atividade diária.
Muitas escolas têm computadores não conectados à internet. Costuma-se dizer que não servem para nada.
Emilia Ferreiro: Ao contrário, são muito úteis. A escola sempre trabalhou mal a revisão de texto e os alunos odiavam fazê-la porque num texto a mão é preciso voltar a escrever tudo. Com um processador de texto, a revisão se torna um jogo: experimenta-se suprimir ou deslocar trechos, com a possibilidade de desfazer tudo. Após as intervenções, temos na tela um texto limpo, pronto para ser impresso. A revisão é fundamental para que as crianças assumam a responsabilidade pela correção e clareza do que escrevem.
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Colegas
Lí a postagem da Nádia, sobre Emília Ferreiro, conforme comentário que fiz.
Emília Ferreiro esteve em São Paulo, no dia 11 de outubro para o 1º Seminário Victor Civita de Educação (a Fundação Victor Civita é quem publica a Revista Nova Escola). Na revista Nova Escola nº 197, de novembro de 2006, saiu uma reportagem sobre o seminário e uma entrevista com a psicolingüista argentina.
A reportagem diz que "no fim da palestra, o público fez perguntas e várias delas versaram sobre a importância das novas tecnologias no processo de alfabetização".
Na reportagem, Emília Ferreiro fala sobre as mudanças que as novas tecnologias trouxeram para a educação.
Vejam a reportagem na íntegra em
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